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Dimitris Koutsoumpas: O povo deve erguer a sua bandeira

 

No âmbito da 39.ª edição do Festival Odigitis, promovido pela Juventude Comunista da Grécia (KNE), que culmina em Atenas nos dias 19, 20 e 21 de Setembro, dezenas de iniciativas têm vindo a decorrer em todas as grandes cidades do país.

No sábado à noite, dia 14, o secretário­geral do CC do Partido Comunista da Grécia (KKE) interveio no comício de encerramento do Festival em Salónica, em que participaram milhares de jovens e pessoas de todas idades. Na ocasião, Dimitris Koutsoumpas afirmou, entre outras coisas:

«Hoje, aqui, sob a consigna “Mudar o mundo, ele precisa disso”, as inquietações, preocupações e problemas da jovem geração entrelaçam­se com o projecto revolucionário do KKE, com a perspectiva do socialismo. Precisamente por isso,

o Festival, apesar de se realizar há já quase quatro décadas, consegue ter sempre grande actualidade. Isto acontece porque o projecto político do KKE é um projecto actual e necessário, porque o socialismo é atual e necessário. E ainda mais oportuna e necessária é a participação da juventude nesta causa.»

O secretário­geral do CC do KKE abordou em pormenor os problemas sentidos pela juventude, sublinhando em particular que, «Não há medida antipopular, não há decisão do governo que não seja dirigida contra a juventude, contra os filhos das famílias operárias, contra os jovens operários e empregados». E, mais adiante, assinalou:

«Hoje existem muitas provas de que não é possível humanizar e melhorar o sistema explorador capitalista. Não é igualmente possível regressar, como alguns sonham, à época da gestão do sistema através do chamado “Estado social”, quando existia um nível relativamente alto de bem­estar, apesar de já então esse nível estar efectivamente abaixo das verdadeiras necessidades contemporâneas.

Hoje, a crise do capitalismo continua a aprofundar­se e ninguém é capaz de prever o seu desenvolvimento, o que demonstra os limites históricos obsoletos de um sistema apodrecido que tem de ser derrubado.»

Koutsoumpas considerou que «a Grécia tem grandes possibilidades de se desenvolver. Existem meios de produção concentrados, grandes empresas, operários experientes, pessoal técnico e científico, ricos recursos minerais e matérias­primas. O país pode seguir por um outro caminho com vista à satisfação das necessidades actuais do povo». E exortou o povo a recusar os planos de uma alegada gestão «melhorada» do capitalismo, na qual insistem forças políticas como o SYRISA, partido que, como observou o dirigente comunista, «abandonando a velha fachada social­democrata do tipo PASOK que conhecíamos, se está a transformar num representante autêntico dos interesses de uma parte da plutocracia».

O secretário­geral do CC do KKE exortou o povo a «traçar o seu próprio caminho, não seguir a bandeira do capital insaciável e dos seus lacaios políticos. O povo deve erguer a sua própria bandeira, na qual estará inscrito: “A renúncia unilateral da dívida, a saída da União Europeia (UE) e a socialização dos monopólios; o poder operário e popular; uma nova organização radicalmente diferente da sociedade e do Estado, livre de crises e de guerras”. O povo deve erguer a sua própria bandeira, na qual estará inscrito: “O capitalismo não é o nosso futuro. O novo mundo é o socialismo!”».

Koutsoumpas salientou que «a ruptura, o conflito organizado contra os monopólios e o sistema capitalista, contra o Estado e o poder deles, contra os capitalistas nos locais de trabalho, contra as organizações imperialistas – a UE e a NATO – tudo isto é o conteúdo actual da luta por transformações radicais e para o derrubamento do capitalismo».

«Todos as outras vias são becos sem saída que mantêm o povo na cova dos leões. É o caso de todos os governos que trabalham no quadro da UE e do sistema capitalista, independentemente de se dizerem de “esquerda”, “progressistas”, “opositores ao memorando”, “governos de salvação” – tudo isto são absurdos. A única coisa que muda é quem gere, quem vai justificar “a factura” imposta ao povo, atirando­o para situações de miséria…».

A propósito das organizações nazis, Koutsoumpas frisou que «a imundice do sistema está plasmada no rosto negro dos nazis da “Aurora Dourada”».

«O ataque mafioso e cobarde em Perama a membros do KKE e activistas sindicais do sector da construção naval [dia 12 de Setembro] confirma o que já se sabia. A “Aurora Dourada” é um lacaio, um sabujo, um instrumento do grande capital. Há muitos anos que os armadores e outros grandes capitalistas têm na mira os sindicatos de classe da construção naval e, em geral, a PAME [Frente Militante de Todos os Trabalhadores]. São eles que alimentam a “Aurora Dourada”, tanto em Perama como noutras localidades, com vista a organizar brigadas de assalto não só contra os imigrantes, mas também contra os operários, contra a luta do povo». O secretário­geral do CC do KKE exortou a juventude e o povo «a isolar os fascistas em cada local de trabalho, em cada escola e bairro.»

Koutsoumpas abordou ainda a questão da possibilidade de uma nova guerra imperialista e da participação da Grécia numa guerra de maior escala. Como referiu, «de nada vale o falso optimismo que é revelado a propósito dos acordos entre os EUA e a Rússia sobre o controlo das armas químicas. Os motivos para um ataque continuam a existir, tal como continua a ser travada uma luta áspera pelo controlo dos recursos energéticos e das rotas para o seu transporte, que conduz à guerra.»

«É uma verdade absoluta que “a guerra é a continuação da política por outros meios”. Quando o sistema, a classe dominante, não pode realizar de outro modo os seus objectivos rapaces, então recorre à guerra. Historicamente isto foi demonstrado várias vezes.

Não se deve esquecer que as duas guerras mundiais foram precedidas de grandes crises globais de carácter capitalista.

É necessário condenar os partidos que prosseguem diferentes planos provocatórios e pretextos e que «jogam» alternadamente com a versão da guerra imperialista ou com a versão da paz imperialista, ambas são faces da mesma moeda.

A participação dos governos gregos nestes planos serve os interesses do capital grego, com vista à conquista do seu quinhão nos mercados, isto é, no saque dos povos».

O secretário­geral do KKE expôs os aspectos principais do projecto do partido, sublinhando que a razão pela qual as sociedades socialistas, na URSS e noutros países socialistas, não resistiram reside no facto de, «infelizmente, o socialismo ter começado a resolver os seus problemas com receitas obsoletas do capitalismo e do famigerado “mercado”».

E exortou a juventude a «apoiar o projecto dos comunistas, reforçando o KKE e a Juventude Comunista da Grécia, e a aliança popular para livrar o país e os trabalhadores da propriedade capitalista, dos parasitas e exploradores», frisando que «nunca como hoje o socialismo foi tão actual e necessário».